A doença crónica e incapacitante pode prolongar o período de internamento e levar à sobrecarga de recursos familiares e hospitalares.
A continuidade da prestação de cuidados de saúde pediátricos no domicílio pode evitar internamentos desnecessários e prevenir, na origem, a degradação psicossocial da criança e da família.
Assente numa abordagem multidisciplinar, as equipas de Cuidados Domiciliários Pediátricos da Fundação do Gil, em parceria com os hospitais, aumentam os níveis de conforto, controlam sintomas e administram as terapêuticas necessárias num ambiente mais protegido e adaptado à criança doente.
Os Cuidados Domiciliários Pediátricos da Fundação do Gil funcionam desde 2006 em parceria com os seguintes hospitais públicos parceiros:
Hospital de Santa Maria (Lisboa)
Hospital Dona Estefânia (Lisboa)
Hospital Fernando da Fonseca (Lisboa)
Hospital de S. João (Porto)
Centro Materno Infantil do Norte – CMIN (Porto)
No final de 2017 entraram em funcionamento as primeiras unidades de Cuidados Pediátricos Integrados (CPI), onde se incluem os Cuidados Paliativos Pediátricos
(CPP), em parceria com:
Hospital de S. João (Porto)
Centro Materno Infantil do Norte – CMIN (Porto)
Em 2019 alargamos o projecto em Cuidados Paliativos Pediátricos, também aos hospitais parceiros de Lisboa:
Hospital de Santa Maria (Lisboa)
Hospital Dona Estefânia (Lisboa)
Hospital Fernando da Fonseca (Lisboa)
Em 2020 alargámos o apoio ao Hospital Garcia de Orta (Sul do Tejo).
Através deste projecto, tem sido possível melhorar o estado de saúde geral da criança, fomentar a capacitação social da família e permitir um melhor equilíbrio emocional de todo o agregado, nomeadamente:
· Estabilização da doença;
· Redução do número de internamentos;
· Melhoria do bem-estar físico da criança.
· Reforço da capacitação do cuidador principal e autonomização da família;
· Prevenção de situações de degradação psicossocial e de exclusão social;
· Promoção do regresso à vida activa;
· Viabilização do regresso à escola.
· Aumento da auto-estima do cuidador e da família;
· Melhoria das relações parentais e dinâmicas familiares;
· Aumento do sentimento de apoio através do acompanhamento técnico e do contacto com grupos de pais.
Sem os Cuidados Domiciliários Pediátricos da Fundação do Gil muitas crianças seriam obrigadas a permanecer hospitalizadas, por períodos indefinidos, até que a família estivesse apta para garantir o seu acompanhamento clínico, social e emocional.
· Redução de 45% da frequência de reinternamentos;
· Aumento do bem-estar emocional da criança em 62%;
· Aumento da saúde física das crianças em 48%;
· Aumento da autonomia clínica das famílias em 46%;
· Aumento do grau do sentimento de apoio clínico das famílias em 42%.
Fonte: Avaliação SROI
O projecto tem dado provas de elevada eficácia na melhoria do conforto e da qualidade de vida da criança e na optimização dos recursos familiares e hospitalares.
Os benefícios gerados junto da criança, da família e do meio hospitalar têm sido sucessivamente reconhecidos pelas entidades parceiras, por entidades ligadas ao sector da saúde e por organizações internacionais.
Chamada carinhosamente “Casa do Gil”, destina-se ao acolhimento de crianças que se encontram em risco social e/ou clínico e não podem estar junto das suas famílias.
Composta por uma equipa de profissionais especializados, a Casa trabalha três aspectos chave na infância e juventude: saúde, educação e acompanhamento psicossocial.
A Casa do Gil, destina-se ao acolhimento de crianças, entre 0 aos 12 anos, com Processo de Promoção e Protecção, estando, por isso, impossibilitadas de regressar para junto das suas famílias, dado o risco social e/ou clínico. Tem capacidade para 16 crianças, acolhendo seis bebés até aos 2 anos, em berçário, e dez crianças, a partir dos 2 anos, em seis quartos duplos.
A Casa do Gil encontra-se em funcionamento 24horas por dia, 365 dias por ano.
A actual população que a Casa do Gil acolhe necessita de especial atenção, face à complexidade dos seus problemas familiares, sociais e emocionais, sendo necessária uma intervenção reparadora do trauma e impulsionadora no estabelecimento de relações de vinculação positivas, bem como no desenvolvimento da autonomia e participação de todos os intervenientes: profissionais, crianças e as suas respectivas famílias.
Com base na Convenção dos Direitos da Criança, a equipa da Casa do Gil, constituída por profissionais especializados, compromete-se a:
a) Promover a concretização do projecto de vida de cada criança, no menor tempo possível, garantindo o seu bem-estar e segurança;
b) Proporcionar às crianças a satisfação de todas a suas necessidade básicas em condições de vida tão aproximadas, quanto possível, às de uma estrutura familiar e a satisfação das necessidades específicas, decorrentes do acolhimento residencial, através do acompanhamento e vigilância a nível social, clínico e educativo;
c) Proporcionar os meios que promovam a valorização pessoal de cada criança.
Neste sentido, foi criada uma lógica de funcionamento, centrada num modelo bioecológico, passando o processo da criança a assentar em seis áreas de intervenção: a Justiça, a Família, a Saúde Física / Saúde Mental, a Educação/Formação, o Quotidiano e a Comunidade. Com vista um maior acompanhamento individualizado, essencial para o estabelecimento de relações protectoras, cada criança conta com uma dupla de referência, constituída por Técnico e por um Educador, tendo como premissa a resposta às suas necessidades, garantindo o cumprimento do seu projecto de vida, em tempo real bem como a presença de figuras de proximidade, na maior parte do seu dia.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, uma em cada cinco crianças apresenta evidências de problemas mentais, proporção essa que tende a aumentar. Destas crianças cerca de metade sofre de uma perturbação psiquiátrica, que sem o devido acompanhamento, degenerará em problemas graves na vida adulta.